Era uma vez vinte e cinco soldados de chumbo, todos irmãos, porque tinham sido todos feitos da mesma colher de cozinha. Tinham armas aos ombros e olhavam em frente, muito elegantes nos seus uniformes
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Um rapazinho tinha dado esse grito e batido as palmas; tinham-lhos dado como prenda de anos, e ele colocou-os em cima de uma mesa. Os soldados eram todos iguais uns aos outros — exceto um, que só tinha uma perna; fora o último a ser moldado e já não havia chumbo que chegasse. No entanto, mantinha-se de pé tão bem como os outros que tinham duas pernas, e é ele o herói desta história.
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"Ora aí está a mulher que me convém", pensou ele. "Mas é tão importante; ela vive num castelo, e eu tenho uma caixa... e estamos vinte e cinco lá dentro! Não há espaço para ela, com certeza. Mas posso tentar conhecê-la."
Então, deitou-se ao comprido atrás de uma caixa de rapé que estava em cima da mesa; daí podia ver bem a dançarina de papel, que continuava de pé numa só perna sem perder o equilíbrio.
Quando anoiteceu, todos os outros soldados de chumbo foram guardados na caixa e as crianças foram para a cama. Nessa altura, os brinquedos começaram a brincar; jogaram às visitas, às escolas, às batalhas e às festas.
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O relógio bateu a meia-noite. Crac! — a tampa da caixa de rapé abriu-se e saltou de lá de dentro um duendezinho negro. Não havia rapé dentro da caixa — afinal era um truque, um
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— Soldado de chumbo! — guinchou o duende. — Deixa de olhar para ela!
Mas o soldado de chumbo fingiu não ouvir.
— Muito bem, então amanhã vais ver! — disse o duende.
Quando amanheceu e as crianças se levantaram outra vez, puseram o soldado de chumbo no parapeito da janela. Pode ter sido culpa do duende, ou talvez de uma corrente de ar — seja como for, a janela abriu-se de repente, e o soldado de chumbo caiu da altura de três andares para a rua. Foi uma queda terrível! A perna apontava para cima, tinha a cabeça para baixo, e acabou por ficar com a baioneta espetada entre as pedras da calçada.
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Depois, começou a chover; caíam grossas pingas — era um valente aguaceiro. Quando acabou, passaram por ali dois rapazes da rua.
— Olha! Disse um deles. — Está aqui um soldado de chumbo. Vamos metê-lo num barco.
Fizeram um barco de papel de jornal, puseram o soldado de chumbo no meio e fizeram-no deslizar pela valeta cheia de água. Lá foi ele a toda a velocidade e os dois rapazes corriam a seu lado a bater palmas. Meu Deus, que grandes ondas havia naquela valeta, que marés! Tinha sido uma grande chuvada.
De repente, o barco entrou num túnel. Oh, como estava escuro, tão escuro como na caixa lá em casa!
"Para onde irei agora?", pensou o soldado de chumbo. "Sim, isto deve ser obra do duende.
Os dois únicos que não se mexeram foram o soldado de chumbo e a pequena bailarina; ela continuava apoiada na ponta do pé, com os braços estendidos; ele parado firmemente na sua única perna, sem nunca tirar os olhos dela.
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Subitamente, da sua casa no túnel, saiu uma grande ratazana da água.
— Tens passaporte? — perguntou. — Não podes entrar sem passaporte!
Mas o soldado de chumbo não disse uma palavra; limitou-se a segurar a arma ainda com mais força.
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— Obriguem-no a parar! Agarrem-no! Não pagou a portagem! Não mostrou o passaporte!
Mas nada conseguia fazer parar o barco, porque a corrente era cada vez mais forte. O soldado de chumbo avistou a luz do dia no fim do túnel, mas, ao mesmo tempo, ouviu um rugido que bem podia ter assustado o homem mais valente. Imaginem! Mesmo no fim do túnel, a corrente desembocava num grande canal. Era tão terrível para ele como seria para nós um mergulho numa gigantesca queda de água.
Mas como podia ele parar? Já estava perto da beira. O barco continuou a sua corrida, e o pobre soldado de chumbo aguentou-se o mais firme possível — ninguém podia dizer que tivesse piscado um olho.
De repente, o pequeno barco rodopiou três ou quatro vezes e encheu-se de água até acima; que podia acontecer senão afundar-se?! O soldado de chumbo ficou de pé, com água até ao pescoço; o barco afundava-se cada vez mais, com o papel a ficar todo mole, até que, por fim, a água cobriu a cabeça do soldado de chumbo. Ele pensou na linda bailarina que nunca mais veria e lembrou-se da letra de uma canção:
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Não receies o perigo nem o cemitério!
Depois, o barco de papel desfez-se completamente.
O soldado de chumbo caiu e foi logo engolido por um peixe.
Oh, como estava escuro na barriga do peixe! Ainda era pior do que o túnel e muito mais apertado. Mas a coragem do soldado de chumbo manteve-se inalterável; lá ficou, firme como sempre, ainda de arma ao ombro. O peixe nadava que nem um louco, virava-se e revirava-se, e depois ficou absolutamente quieto. Qualquer coisa luziu como um relâmpago — e então tudo à sua volta ficou claro como o dia e uma voz gritou:
— O soldado de chumbo!
O peixe tinha sido pescado, levado para a praça, vendido e levado para a cozinha, onde a cozinheira o
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E então aconteceu uma coisa estranha. Um dos rapazinhos pegou no soldado de chumbo e atirou-o para a lareira. Não tinha qualquer motivo para fazer isto; deve ter sido outra vez culpa do duende da caixa de rapé.
O soldado de chumbo ficou emoldurado pelas chamas.
O calor era intenso, mas se vinha do fogo ou do seu amor ardente ele não sabia.
As suas cores brilhantes já tinham desaparecido — mas se tinham sido lavadas pela água durante a viagem ou pelo seu desgosto ninguém sabia. Olhou para a linda bailarina, e ela olhou para ele; sentiu que estava a derreter-se, mas continuou firme, de arma ao ombro. Subitamente, a porta abriu-se; uma aragem apanhou a bailarina de papel, que voo como uma sílfide direitinha à lareira e ao soldado de chumbo, que a esperava; aí se transformou numa chama e desapareceu.
O soldado também derreteu rapidamente, ficando reduzido a um montinho de chumbo; e no dia seguinte, quando a criada limpou a lareira, encontrou-o entre as cinzas — do feitio de um coraçãozinho de chumbo.
E a bailarina? Dela só encontraram a lantejoula, preta como a fuligem.
Autoria: Hans Christian Andersen
Que final triste! Tive que improvisar algo para não ficar tão chocante. Fora isso, a história é bacana.
ResponderExcluirQue linda e triste história. Minha filhinha adorou e adormeceu. Obrigado
ResponderExcluirQue triste, mas meu filho gostou!
ResponderExcluirQue triste😢
ResponderExcluirQue triste😢
ResponderExcluirLi para meu filho de 2 meses. É triste mesmo. Sorte q ele n entende .
ResponderExcluirMuito linda mas o final tristes mas meus dois filhos adoraram...
ResponderExcluirAinda bem que minha filha dormiu antes do final triste, mas é uma linda história.
ResponderExcluirLi pra minha amiguinha dormir tranquilinha na chamqda. LARUSSA RE AMO OK
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